O que leva alguém, hoje, em Portugal, a manter uma livraria aberta?
Diga-se, desde já, que falamos de pequenas livrarias, independentes, temáticas ou, sendo generalistas, situadas em locais onde as grandes empresas não apostam. Mas onde há gente. E alguma gente que até nem pode (será que deve?) deslocar-se a grandes urbes onde o investimento tem, à partida, retorno mais rápido.
Sei de alguém que, há uns anos atrás, vendeu o seu automóvel para pagar dívidas da livraria. O estabelecimento continua aberto, mas as dívidas continuam!
Ontem soube do encerramento de portas da "Poesia Incompleta". Diz o proprietário, orgulhando-se de não deixar dívidas a ninguém - e é bem caso para orgulho! - que encerra por "profunda desilusão com o rumo do país" (in Público).
Hoje soube de outra livraria cujo proprietário vendeu um apartamento para pagar dívidas aos fornecedores.
O que leva alguém, hoje, em Portugal, a manter uma livraria aberta?
Serão os livreiros santos?
Ops!... Tenho de sair já para ir entregar às Finanças o "Pagamento especial por conta"... Por conta... Por conta de quê?!
Vão pensando nisto... E naquilo...
Vão pensando!...
JG
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